“Já ultrapassamos a metade do primeiro ano desta legislatura sem uma sinalização clara sobre os rumos que devemos tomar para tranquilizar as famílias, sem recuperar a confiança do setor empresarial e sem restabelecer as condições para a tão esperada retomada do crescimento econômico”, lamenta o deputado federal Valadares Filho (PSB-SE) durante o discurso na Tribuna da Câmara Federal.
Segundo o parlamentar, a onda de desemprego que tem atingido trabalhadores de todo país está crescendo cada vez mais. “O noticiário de ontem trouxe os dados mais recentes coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relativos ao emprego e o resultado é assombroso. Pela sexta vez consecutiva, o IBGE registrou resultado negativo no número de empregados na indústria nacional”.
O desemprego de junho deste ano fechou 111 mil postos de trabalho. “São 111 mil histórias de tristeza, de frustração, às vezes de desespero. Muitas famílias vivem em função de uma única renda, de um único salário. Tenho manifestado a minha preocupação com este problema que tenho visto crescer em todas as cidades do meu estado, a começar pela nossa capital Aracaju. Nas cidades do interior a preocupação de meses atrás dá lugar à ansiedade e ao desânimo”, desabafa o deputado.
As notícias mais recentes indicam que não haverá mudanças no cenário atual, o Banco Central do Brasil anunciou uma queda da atividade econômica acima dos 3% no segundo trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. A Secretaria da Receita Federal divulgou os dados da arrecadação de impostos do mês de julho. Foi a terceira queda consecutiva, pela terceira vez entra menos dinheiro nos cofres públicos.
O total do desemprego deste ano, de janeiro a junho, já ultrapassa 345 mil postos de emprego perdidos e o parlamentar questiona o reajuste dos impostos. “Desde que o início do ano só se fala em ajuste fiscal e aumento de impostos. Mais IPI para carros, mais IOF nas operações de crédito, mais tributação na gasolina e no óleo diesel, mais impostos sobre cosméticos, bebidas e produtos importados. Para que tanto imposto se não há crescimento econômico. Para que tanto imposto se as empresas estão quebrando e aquelas que sobrevivem não conseguem e têm medo de investir”, pergunta.
Valadares Filho defende que os parlamentares discutam cada vez mais o tema em busca de soluções imediatas. “Precisamos de mais discussão, temos que chamar os ministros a esta Casa para falarem, não mais sobre o ajuste fiscal, mas sim, para que apresentem soluções para estancar a recessão que aí está que sufoca os brasileiros com impostos e penaliza as famílias com o desemprego”.
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